domingo, 1 de julho de 2012

Cargill Desrespeita o Consumidor de Purilev

Um dia é o pacote de biscoitos com menos gramas da guloseima. Outro dia é o rolo de papel higiênico com menos metros do produto. Outro dia é o cartucho de impressora com menos mililitros de tinta. Até a indústria tabagista já se aventurou lançar carteiras de cigarros com 14 unidades ao invés das 20 tradicionais. Parece não ter fim a lista de fabricantes que tentam ludibriar os consumidores reduzindo a quantidade de produtos nas embalagens e assim cobrando um preço proporcionalmente mais elevado.
Por mais que as autoridades, órgãos de fiscalização e de defesa dos direitos dos consumidores estejam atentos, sempre aparece algum fabricante espertalhão, usando do mesmo truque para enganar os consumidores.
O mais recente integrante deste clube é a Cargill, dona da famosa marca Purilev de óleo comestível de canola. Comercializado tradicionalmente em embalagem PET de 900ml, como as demais marcas de óleos comestíveis,  em 2012 foi lançada uma nova embalagem de 500ml, com um argumento sutil justificando o lançamento:

"Com isso, o produto começa a atender à crescente demanda de público que busca embalagens menores e soluções práticas e econômicas em suas compras."

Balela do marketing enganador!
Num segundo momento o produto com 900ml desapareceu das gôndolas dos supermercados. Neste fim de semana procurei pela embalagem tradicional de Purilev nas lojas do Carrefour, Extra, Wal Mart, Pão de Açucar e Zaffari . Só encontrei o produto na nova embalagem de 500ml, por um preço desproporcionalmente muito mais elevado, por causa da embalagem.
Costumava pagar próximo de R$ 8,00 por 900ml do produto, e agora 500ml do mesmo produto custa entre R$ 5,76 e R$ 7,66, configurando um aumento de até 72% no preço que paguei no mês passado.
Além do gigantesco aumento no preço, o consumidor que continuar comprando Purilev, terá que levar mais plástico para casa e terá mais plástico para descartar. Trata-se de um flagrante desrespeito do consumidor, achando que todos que consomem Purilev não idiotas que não sabem fazer contas, além de ser uma atitude antiecológica. O PET demora mais de 100 anos para se decompor na natureza! Ao obrigar seus consumidores a descartar mais PET, a Cargill está na contramão da ecologia.

Enviei uma mensagem de protesto ao SAC da Cargill, mas duvido que mude alguma coisa. A má intenção da empresa parece clara... Se não fizermos nada é provável que não somente Purilev, mas outras marcas de óleo em breve estarão sendo comercializadas da mesma maneira. Assim a única forma eficiente de combater abusos como este é denunciá-los nas redes sociais. Para isto conto com ajuda de vocês.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Compre Sacolas Plásticas Descartáveis e Ainda Estará Fazendo o Melhor Negócio!

Responda com sinceridade: Na sua cidade, na sua rua ou no seu condomínio é possível descartar o lixo doméstico que não seja em sacos plásticos? Na minha não, há décadas.

Quando eu era criança e morava numa cidade do interior de SP, todas as residências tinham latas de lixo que eram grandes baldes metálicos ou metade de um tambor (também metálico) com alças soldadas. A coleta do lixo era feita lentamente por funcionários da prefeitura , que manualmente içavam as latas de lixo na carroceria de um caminhão, despejavam o lixo e ainda tinham tempo de devolver a lata vazia na calçada da rua.

Este processo era demorado, custoso e insalubre.  O caminhão do lixo tinha um cheiro insuportável, e a proliferação de insetos nas latas de lixo era inevitável. Mesmo aqueles cidadãos mais cuidadosos que lavavam as latas de lixo com frequência, não estavam livres das baratas e outros asquerosos representantes da fauna urbana...

Com o passar dos anos as prefeituras foram terceirizando a coleta de lixo. As empresas privadas que assumiram esta tarefa, concluiram que o serviço precisaria ser rápido para ser lucrativo. Para isto as prefeituras passaram a exigir que o lixo fosse acondicionado em sacos plásticos descartáveis e as empresas contrataram verdadeiros atletas coletores, que passam correndo nas ruas e apenas jogam o saco no caminhão. Para a população que teria que bancar o custo dos sacos, foram apresentadas as vantagem sanitárias de adoção de uma embalagem hermética e descartável, que impediria a proliferação de insetos e a progagação de doenças. Este método funciona assim até hoje, e não há nenhuma previsão para a sua alteração.

Por outro lado os pequenos mercados, que antes faziam entregas à domicilio na vizinhança sem cobrar, e por isto não ofereciam embalagens para o transporte, viram  nas sacolas plásticas a possibilidade de reduzir o custo das entregas. Passaram a oferecê-las gratuitamente, e a cobrar pelas entregas à domicilio. E o cidadão consumidor, gostou e se acostumou com a idéia porque depois de usada para transportar mercadorias do mercado para a sua casa, poderia reutilizá-la para substituir o saco no acondicionamento do lixo doméstico.

Com o passar dos anos os pequenos mercados foram vendidos para redes maiores e hoje, quatro décadas depois, três grandes redes reinam no ramo de supermercados no Brasil: uma européia (Carrefour) , uma americana (Wal Mart)  e uma brasileira (Pão de Açucar), que está prestes a passar o controle da administração para outra européia (Casino). Para estas empresas estrangeiras, que já atuam em paises onde ao invés de dar, cobram pelas sacolas plásticas, viram no fornecimento gratuito de sacolas no Brasil um custo desnecessário, e passaram a empreender esforços para mudar o hábito arraigado do consumidor brasileiro.

Depois de outras tentativas, decidiram decretar o fim da sacola plástica gratuita, alegando hipocritamente motivos ecológicos. Para isto contam com o apoio de governantes, da mídia e das ONGs com bandeiras ambientais.

Os governantes com a imagem desgastada, para fazerem leis proibindo a sacola plástica, mesmo mantendo o saco plástico no descarte do lixo doméstico. A mídia, que é beneficiada com os anúncios publicitários das grandes redes, fazendo campanha para que o consumidor use sacolas reutilizáveis mesmo que tenha que comprar sacos plásticos descartáveis para acondicionar o lixo. E as ONGs, que num cinismo monumental fecham os olhos para todo o plástico vendido e utilizado nos mercados, muitas vezes desnecessariamente, como na foto abaixo (tirada há menos de uma semana), e elegem a sacola como vilã esquecendo do saco de lixo, das embalagens de refrigerante, embalagens de produtos de limpeza, higiene e beleza.



O cidadão e consumidor, como sempre,  entra com o pagamento da conta: não recebe mais embalagens gratuitas, deixando a sua vida menos prática, e agora tem que comprar sacos plásticos para descartar o lixo. Resumindo, as grandes redes de super mercados cortam um custo, e os clientes passam a ter uma despesa a mais para descartar o lixo.

No mesmo dia que tirou as sacolas plásticas gratuitas, a loja que frequento teve a cara de pau de fazer um corner somente com sacos de lixo de plástico (!) não bio-degradável  bem na frente dos caixas!

Assim este blog está iniciando uma campanha para que você leitor, compre sacolas plásticas ao invés de comprar sacos de lixo descartáveis.

Veja as vatagens de utilizar a sacola plástica comprada, ao invés do saco de lixo:

1) A sacola é mais barata. Normalmente você compra direto do fabricante ou com menos intermediários. No Mercado Livre é possível encontrar 2 Kg de sacolas plásticas por R$ 14,00. Há diversos tamanhos e o preço é por quilo. Do tamanho de um saco de 15 litros, em 2 Kg de sacolas vem mais ou menos 250 unidades. Menos de R$ 0,06 por sacola. O saco com mesma capacidade não sai por menos de R$ 0,20. Na região da Rua 25 de Março há preços ainda mais em conta para as sacolas.

2) A sacola é mais resistente. Há sacos de determinadas marcas que são tão frágeis, que só de abrir eles já rasgam. É verdade que as sacolas quando eram gratuitas também eram frágeis, mas as compradas são mais resistentes.

3) As sacolas tem alças e por isto são mais práticas, seja para transportar mercadorias, ou para acondicionar e transportar lixo. As alças também facilitam o nó de fechamento quando cheias, ao contrário do saco, que com o nó perde capacidade.

4) Ao usar a mesma sacola para transportar mercadorias do mercado até sua casa e para acondicionar lixo, estará dando uma dupla utilização para o plástico, ao contrário do saco de lixo que é usado uma única vez. Isto sim é contribuir com o planeta!

Assim, se o seu mercado não lhe fornece mais sacolas plásticas gratuitas, compre sacolas e continue substituindo o saco plástico do lixo por sacola plástica e estará fazendo o melhor negócio!

Importante: Eu não sou fabricante de sacola plástica... apenas sei fazer contas.